O ministro da Educação, Milton Ribeiro, divulgou nesta quarta-feira (9) que as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2021 já poderiam ser acessadas pelos candidatos. O anúncio ocorreu, porém, antes que o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão responsável pela prova, finalizasse o carregamento dos dados, frustrando alunos que buscavam suas notas nesta noite.
Desde o anúncio do ministro, muitos estudantes apontam instabilidade na página do participante. Para alguns candidatos, aparece apenas o resultado de provas anteriores, mas não o do exame de 2021.
O resultado seria divulgado na próxima sexta-feira (11), mas Ribeiro anunciou a antecipação em uma rede social. "Um agradecimento especial à gestão e equipe do Inep que, mais uma vez, provaram ter competência, tecnicidade e o empenho para antecipar esse resultado tão aguardado por nossos estudantes", afirmou.
Segundo o Inep, os resultados individuais dos participantes do Enem 2021 já foram calculados e estão prontos para divulgação. Os responsáveis, porém, estão finalizando o carregamento da base, que tem mais de 17 milhões de dados.
"Todos os resultados individuais estarão disponíveis na Página do Participante nas próximas horas. A divulgação do resultado do Enem 2021 foi antecipada em dois dias da previsão inicial, de forma inédita, reforçando os princípios de inovação e transparência alçados nessa gestão", afirma o órgão em nota.
Em janeiro, Ribeiro, em meio às férias, também surpreendeu técnicos do Inep ao anunciar a aplicação do Enem 2022 nos dias 13 e 20 de novembro.
O Enem é a principal porta de entrada para o ensino superior, já que, com o resultado da prova, os candidatos conseguem tentar vagas nas principais universidades públicas do país. Além de acessar programas como o Prouni (Programa Universidade para Todos) e o Fies (Financiamento Estudantil).
As provas do Enem 2021 aconteceram nos dias 21 e 28 de novembro com o menor número de participantes desde 2014. Dos 3,1 milhões de inscritos, 930 mil não compareceram ao exame —uma abstenção de 29,9%.
Também foram aplicadas provas do exame em 9 e 16 de janeiro para quem não conseguiu fazer o Enem por problemas como falta de luz no local de aplicação e para um grupo que conseguiu isenção após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
Estudantes privados de liberdade ou sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade também realizaram o exame em janeiro.
A edição mais recente do Enem, a terceira sob o governo Jair Bolsonaro (PL), foi marcada por uma série de turbulências e controvérsias.
Às vésperas do exame, dezenas de servidores do Inep pediram demissão de cargos de confiança e denunciaram situações de assédio moral que sofreram para suprimir perguntas com temas considerados inadequados pela gestão do órgão.
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