Alunos do Diretório Central os Estudantes (DCE) da Universidade de Campinas (Unicamp) denunciaram um professor da instituição que tentou agredir, na manhã desta terça-feira (3), um dos diretores da entidade estudantil com uma faca. O docente também usou spray de pimenta contra os alunos.
Os estudantes afirmam que o professor começou a briga depois de ser informado de que eles aderiram à paralisação contra a privatização do metrô, CPTM e Sabesp nesta terça-feira. O professor foi detido.
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Em vídeo publicados nas redes sociais, Gustavo Bispo, um dos diretores da entidade, afirma que o professor não conseguiu esfaqueá-lo porque jogou a mesa em cima dele.
“Hoje, no momento em que a Unicamp amanheceu paralisada, ao tentar um diálogo com um professor sobre a paralisação, um professor pegou no meu braço, me jogou no chão e levantou uma faca para mim, vindo para cima. Graças à correria dos estudantes, a gente conseguiu chamar a segurança do campus. Mas um professor tentou esfaquear um estudante", afirmou Gustavo Bispo.
Assista ao vídeo
Professor é acusado de ameaçar alunos com faca na Unicamp
Em nota, a reitoria da Unicamp afirmou que repudia os atos de violência praticados no campus de Barão Geraldo. “A conduta do docente, para além do inquérito policial instaurado, será averiguada por meio dos procedimentos administrativos adequados e serão tomadas as medidas cabíveis. Ressalte-se, ainda, que a Reitoria vem alertando que a proliferação de atos de violência com justificativa ou motivação política não é salutar para a convivência entre diferentes. É preciso, nesse momento, calma e serenidade para que os conflitos sejam tratados de forma adequada e os problemas, dirimidos”.
O professor
Segundo os estudantes, o professor que tentou a agressão é Rafael Leão, do Instituto de Matemática e Estatística. Em suas redes sociais, agora apagadas, ele escrevia sobre armas e manifestava simpatia pela direita.
Numa das postagens, a legenda diz "não é sobre armas, é sobre liberdade", um dos lemas usados pelos armamentistas para defender a flexibilização do acesso ao arsenal bélico no governo passado. Em outra, uma foto da bandeira do Brasil vem acompanhada do texto "Jamais será vermelha".
O GLOBO não conseguiu contato com a defesa do professor.