A greve de estudantes da USP pela contratação imediata de docentes, de modo a reverter o déficit atual de mais de mil docentes, e por permanência estudantil satisfatória permanece forte e vem recebendo apoios externos e internos. Os mais recentes partiram de docentes e terapeutas ocupacionais do curso de Terapia Ocupacional (TO) da Faculdade de Medicina (FMUSP), em 29/9, e do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), em 2/10.

As docentes e terapeutas ocupacionais do curso de TO expressaram, em carta aberta, “apoio à greve de estudantes da Universidade de São Paulo e às pautas defendidas em relação às políticas de contratação de docentes e de permanência estudantil”, bem como “solidariedade e apoio ao posicionamento das(os) estudantes do curso de Terapia Ocupacional, um dos que têm sido marcadamente prejudicados pela política da Universidade de não reposição de docentes aposentados nos últimos anos, bem como pela política atual de distribuição de claros para as unidades”.

O curso de TO conta atualmente com apenas 10 docentes em Regime de Dedicação Integral à Docência e Pesquisa (RDIDP), das 15 que havia até 2014. “À época, este número já era considerado insuficiente para atender às demandas de ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão. Entretanto, a partir de 2015, as dificuldades para reposição de claros por aposentadorias agravaram ainda mais sua situação”, aponta o documento.

Na assembleia de estudantes da FAU (2/10), professora Michele Schultz dá informe sobre assembleia da Adusp

Até dezembro de 2022, explicam as signatárias, professoras substitutas foram contratadas para o oferecimento de disciplinas. “Com a finalização e não renovação destes contratos temporários, foi necessário contar com um recurso disponibilizado especificamente pela unidade Faculdade de Medicina, e passamos a utilizar o auxílio de preceptoras e preceptores bolsistas para realização de atividade docente de ensino de graduação. Essas preceptoras e preceptores respondem hoje por cerca de 20 disciplinas do curso, sob supervisão geral da Comissão Coordenadora do curso de TO, que assume o registro no sistema de gestão da graduação na Universidade”. Tais disciplinas “correspondem a 22,5% da carga horária específica de TO do curso, em função da ausência de cinco docentes aposentadas”, que não foram substituídas pela USP.

“Manifestamos nossa preocupação com a manutenção e sustentação do curso e apoiamos o movimento estudantil no sentido de que o curso de Terapia Ocupacional não venha a ocupar um lugar de segunda categoria na FMUSP e na Universidade. Este curso, um dos responsáveis pela introdução da área da Terapia Ocupacional no país, é o curso mais antigo em atividade no Brasil e o único no município de São Paulo, que carece destes profissionais em sua rede de assistência”, enfatizam as signatárias.

A carta aberta endossa as críticas da Adusp à política de contratação adotada pela Reitoria, baseada em processo competitivo: “somos contrárias aos processos de concessão de vagas que implicam concorrência entre departamentos e unidades, em editais de mérito propostos pela gestão atual”.

O Departamento de História da FFLCH, por sua vez, manifestou apoio à greve dos estudantes conforme deliberação de plenária de docentes, representantes discentes e funcionário(a)s técnico-administrativo(a)s realizada no dia 2/10, “por considerar que as reivindicações pela contratação de claros docentes e pelas políticas de permanência estudantil são legítimas”.

No dia 29/9, em assembleia realizada com participação do Centro Acadêmico de História (Cahis) e da Associação de Pós-Graduand@s (APG-Capital), estudantes dos dois Programas de História Social e Econômica da FFLCH declararam greve, somando-se assim “às pautas da greve de estudantes da USP e resoluções políticas da APG e da Assembleia Geral dos Estudantes”.

EXPRESSO ADUSP


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