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Greve na USP: estudantes decidem manter paralisação

Continuidade do movimento foi aprovada em assembleia nesta segunda-feira

Por Fabio Grellet
Atualização:

A greve dos alunos da Universidade de São Paulo (USP) vai continuar, segundo os universitários decidiram por unanimidade durante assembleia realizada na noite desta segunda-feira, 2, no prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Na quarta-feira, 4, está programada uma reunião de negociação com a Reitoria.

Nesta terça-feira, 3, estudantes devem participar de atos de apoio aos metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp, que anunciaram paralisação de 24 horas.

Greve na USP: em assembleia nesta segunda-feira, alunos decidiram manter a paralisação, que tem o apoio da associação de professores Foto: Felipe Rau/Estadão

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A greve de estudantes na USP começou no último dia 21, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e já se estendeu a vários, incluindo a Escola Politécnica, a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Direito.

Nos últimos dias, os alunos receberam apoio da associação de professores (Adusp), que nesta segunda-feira também fez uma assembleia e decidiu manter a paralisação, com indicativo de greve, até a próxima quinta-feira, 5.

O principal motivo da paralisação é o déficit de docentes na instituição na última década. A Reitoria tem afirmado que já aprovou o plano de reposição das vagas e aponta dificuldade de acelerar as contratações.

“Não tem sentido uma greve prolongada quando as coisas já estão se resolvendo”, disse o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior ao Estadão. Ele negou, porém, que vá usar a força contra os estudantes.

A Reitoria da USP informou em nota que já ampliou em 60% os recursos para auxílios estudantis e que tem como pauta primordial a contratação de professores.

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Como mostrou o Estadão, em uma década, a USP perdeu cerca de 800 professores, após anos sem novas contratações em virtude da crise financeira e da proibição a concursos na pandemia. Em 2022, a reitoria havia autorizado contratar 879 profissionais, de forma escalonada, até 2025, mas adiantou as vagas para este ano após pedidos e pressões.

Mesmo assim, os ânimos não se acalmaram e a greve eclodiu. Alunos que lideram o movimento e parte dos professores veem o plano como insuficiente e cobram mais agilidade nas soluções. Os estudantes à frente da greve dizem que a ação é “justa” e “necessária”.

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