Ontem, 15/2, o reitor convidou nossa representação junto ao CO para uma reunião, a princípio sem pauta prévia. Lembrando que temos três representantes no CO, lugares atualmente ocupados pela funcionária da Enfermagem Vânia Ferreira, pelo funcionário da Faculdade de Educação Reinaldo Souza, ambos da diretoria do Sintusp, e por Bárbara Della Torre, que é cedebista e funcionária do HU. Nesta reunião, a companheira Vânia não pôde comparecer por problemas de saúde na família.

O reitor iniciou a conversa reafirmando o que já havia dito em reunião anterior com o Sintusp, que pretende pautar sua gestão pelo diálogo com todos os segmentos da Universidade. Na sequência, reafirmou alguns compromissos em relação aos funcionários, especialmente a questão da recomposição salarial, contratações e avaliação horizontal da carreira.

Sobre o tema salarial, nossos representantes destacaram que a situação da categoria é cada dia pior, já que estamos com salários congelados há pelo menos dois anos, e em anos anteriores tivemos sub-reajustes, que sequer cobriram a inflação. Nesse sentido, enfatizamos que há muita expectativa de toda a categoria, e certamente também dos docentes, por um reajuste imediato nos termos da pauta do Fórum das Seis. Indagamos também como estava a discussão com os outros reitores da Unesp e da Unicamp sobre o tema, e lembramos da urgência dessa discussão também frente à lei eleitoral.

O reitor comentou que já fez duas reuniões com os reitores das outras universidades, e que vê com boas perspectivas a questão do reajuste, mas que não adiantaria mais detalhes já que isso deveria entrar na negociação. Destacou que a situação financeira das três universidades é similar quanto ao comprometimento com folha, embora nas outras duas há na pauta a equiparação salarial com a USP.

O ponto mais relevante é que o reitor reafirmou o compromisso já assumido na campanha de recompor as perdas dos dois últimos anos já agora no início, e chegou a dizer que espera resolver esse tema ainda durante sua gestão como presidente do Cruesp, que vai até abril (a presidência do Cruesp é rotativa entre os três reitores). Justificou o atraso na discussão salarial pela recomposição das equipes, mas reafirmou compromisso de agendamento de negociação com o Fórum das Seis em breve.

Sobre os Vales Alimentação e Refeição, disse que já encaminhou proposta para a COP (Comissão de Orçamento e Patrimônio) e havendo resposta positiva, isso será anunciado.

Reitor reafirma compromisso com reunião da Copert para tratar da situação do Bandejão!!!

Também cobramos uma solução para a situação do Bandejão, que já está há mais de um mês em luta em face das condições sanitárias do local. A reivindicação dos trabalhadores é que o bandejão fique fechado até o início das aulas, com os trabalhadores em permanência em domicílio e distribuição de marmitas para os moradores do CRUSP.

Lembramos do compromisso de que ocorreria uma reunião da Copert emergencial para tratar do tema, e que a promessa é que fosse no máximo no início dessa semana. O reitor reafirmou esse compromisso, e o chefe de gabinete comentou que já tinha tratado esse assunto com o novo presidente do DRH, o professor Wilson Aparecido Costa de Amorim. Reafirmou que a reunião ocorreria ainda nesta semana, mas até o fechamento dessa edição ainda não houve contato para agendamento da mesma.

O ponto positivo é que o reitor reafirmou que não haverá nenhuma punição para os funcionários em luta, já que ele via que se tratava de uma questão sanitária.

Reitor reafirma contratações ainda neste ano!

Sobre as contratações, voltamos a destacar a situação dos equipamentos de saúde da USP, não apenas do HU, mas também do CSEB e do HRAC.

O reitor reafirmou o que já havia dito em reunião com o Sintusp sobre a prioridade de contratações para este ano. Indagado se as contratações no HU contemplariam todas as atividades do Hospital, o reitor respondeu que vão definir um número e um valor, mas que a definição de quais áreas serão priorizadas, será feita pelo próprio HU.

Representantes destacam caráter antidemocrático e fazem exigências de democratização!!!

Nossos representantes no CO fizeram questão de destacar que não estão lá como representantes em seu próprio nome, mas sim que foram eleitos a partir do apoio de Assembleia da categoria, com uma campanha encampada pelo Sintusp. Nesse sentido, expressam no CO as posições coletivas da categoria.

Também fizemos questão de destacar que os colegiados da Universidade são bastante antidemocráticos, especialmente quanto à representação de funcionários. No CO, por exemplo, temos apenas três representantes em um Conselho com mais de 120 membros! Indagamos se essa gestão pretende avançar na mudança dos colegiados e na estrutura de poder da USP.

O reitor respondeu que pretende modificar o CO ainda neste ano, mas que tinha como proposta concreta apenas incorporar uma representação direta de cada museu e instituto. Sobre o número da representação de funcionários, apenas disse que nós poderíamos apresentar propostas nesse sentido, mas não sinalizou se a reitoria será favorável a alterações desse tipo.

Aproveitamos também para questionar a separação da eleição de representantes de funcionários em dois processos distintos, algo que passou a ocorrer após a gestão Zago. Como nossos mandatos tem términos em diferentes momentos, a eleição foi separada. Reivindicamos que a eleição volte a ser única, e também indagamos se poderia ter um sistema de chapas, como ocorre na eleição para representação estudantil, pois isso permite uma candidatura coletiva, como na prática já fazemos pelo sindicato. O reitor sinalizou positivamente para essa demanda, e vamos discutir os detalhes com a nova secretária geral.

Reitor refirma que fará gestão de diálogo, e critica grades na reitoria!!!

Nossos representantes também destacaram o aumento da repressão e da criminalização na Universidade, que se expressa na militarização cada vez maior do campus, e também em práticas persecutórias e até mesmo processos administrativos, como o próprio processo totalmente arbitrário sofrido pela representante no CO, Bárbara Della Torre, demonstra.

Sobre o tema, o reitor reafirmou compromisso com uma gestão democrática, dizendo que escolheu pessoas com perfil de diálogo para ocupar postos importantes na gestão. Fez ainda comentários críticos ao que ele chamou de excesso de segurança, citando diretamente as grades que envolvem a reitoria como um exagero (embora não tenha se comprometido a retirá-las). Chegou a dizer que não pretende andar com seguranças pelo Campus, e que pretende visitar os lugares sem que haja receio de agressões ou algo do gênero.

Da nossa parte, reafirmamos que somos os mais interessados em ter um canal de diálogo permanente com a reitoria, Obviamente nossa postura é de defesa intransigente dos interesses da categoria, e é provável que tenhamos embates com as posições da gestão. Reafirmamos que temos nossos métodos de luta, como paralisações e greves, mas que estes não implicavam em cortar o diálogo, ao contrário, pois muitas vezes só há diálogo após lançarmos mão desses mecanismos.